quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Meu Primeiro Instrumento, meu 1º Sutiã

De tarde, todos de casa fomos dar uma volta surpresa. Na verdade a surpresa era pra mim, a familia toda rumava a av. Celso Garcia , com destino a Loja da Gope onde lá avistei um Aro de 16" acho que era isso , pintado de vermelho, bem menor que um tantan com seu corpo de alumínio que para mim parecia prata, vi aquela belezura de Repique de mão que veio minutos depois se tornar meu primeiro instrumento musical.
Já tinha uma boa noção de como tocá-lo pois admirava demais a Simone tocando e quando ouvia as repicadas do Ubirany do Fundo de Quintal fica eufôrica, então não demorou muito pra eu fazer as entradas diretinho (criança aprende rápido) . Tive sorte, pois tive um excelente professor, boêmio, olhar sorridente, todo galanteador, na época bem mulherengo , hoje casado, deve ter sossegado o facho; o Kal pra quem é do samba ,principalmente daquela época dificil não conhecer o malandro, desfilava em um monte de Escola de Samba , na ala show do Camisa, das Rosas, da nêne e de outras, pandeirista de primeira foi meu instrutor de repique-de-mão; ignorante (rrsss..) cada erro um tapa na mão, na coxa (sem malicia, é claro), mas eu aprendia direito , junto com o Kal , tinha a irmã dele a Tatinha que tocava pandeiro desde de criança e era a única mulher que segurava alí 1, 2, horas tocando de boa, era amiga da Elisa; não demorou muito ela entrou para o Grupo e logo depois a Simone saíu pra se casar com o Kalil(da Ponte Rasa, estão juntos até hoje) e eu entrei no grupo contrariada pela Elisa e totalmente apadrinhada pelo Mestre Luciano , que dizia: (Elisa, a zanza sempre taí é melhor ter alguém de dentro de casa , do que você ficar confiando nos outros, pelo menos já é o ínicio) assim, fiquei bitolada em repiques , apesar de hoje não representar tão bem , mas antes era fera, repicava com todos os dedos, repicava , jamais batia.
Logo em seguida, chegou para encorpar nosso time , uma pessoa maravilhosa , já desencarnada que apesar dos seus 17/18 anos era a única pessoa que me entendia e brincava comigo nos camarins, a Alessandra (Léia), morava no Coimbra mas já tinha morado na Vila Progresso , proxímo a Curuça (pra onde voltei) e de lá trouxe a Adriana com sua voz meiga e seu sorriso lindo, a Léia era uma das pessoas mais engraçadas que conheci na vida, era muito grande então era muito atrapalhada e briguenta e ciumenta. (tenho vários contos, causos com a Léia, quem sabe divido um pouco futuramente) , então a formação passou a ser: Elisa (cavaco), Léia (rebolo), Zanza( repique), Vanessa(tantan) , Tatinha (pandeiro) e Adriana (voz e afoxê). Ah! sobre meu primeiro sutiã não me lembro muito como foi, tenho guardado ainda (não serve +),parando e pensando acho que não notei muito aquele momento, tarde demais eu já estava envolvida com o Samba.

Primeira Escolha

Dona Elsa: - "Zanza, vamos tá na hora" houve um tempo que minha mãe revesava com a Dona Elsa nossa idas a escola, meu amor Galileu Menon. E a tarde quando voltava eu e Rita ficavamos brincando de cantar. Com a continuidade do Gr. Ninfas Do Samba que passou a se encontrar na minha casa pra realizar os ensaios, ficavamos vendo atentamente as meninas tocarem , por sorte minha e azar do grupo, sempre tinha uma o outra que faltava e com isso eu era uma éspecie de "Severino", um dia aprendia a marcação , no outro improvisava no chocaho e assim fui desenvolvendo coordenação motora pra poder tocar percussão.
Mas em um manhã , tomando café com meu pai ao levantar da cadeira , o que vejo? "sangue" fiquei desesperada, veio pai, mãe, irmã para me acudirem quando todos (até eu), descobrimos que havia ficado "moçinha" com só 9 anos e alguns meses ...
Lembra-se? sou filha de paraibana e essas coisas na Paraíba , pelo menos na minha familia não passa batido, foi interurbano pra cá e pra lá , os tios, tias ligando (gente! zanza ficou moça) aquele alarde e eu ainda tentando andar com aquele "Sempre-Livre" gigante que só me inibia a aparecer; tanto sofrimento merecia uma recompensa, e foi assim que chegou a minha vez de fazer uma escolha que mudaria os hábitos da minha familia.

JARDIM NORDESTE - o Bairro I

Aqui nasci, me criei e ainda estou sendo criada. Que Felicidade sinto toda a vez que desço a av. Continentes, rumo ao Largo da Prç. Aramã que hoje tem até posto policial , entrando a direita se chegar aqui nas 5ºfeiras encontra uma Feira que era enorme agora vem diminuindo com o passar dos anos, é a minha feira de quinta, onde tem pastel, peixe do "Padre", na avenida tem o Salão do Sr. Nilton (compadre dos meus pais, companheiro de pescaria em Mato Grosso), tem o Sr. Luís (eletriscista, corintiano, todo cheio de graça), tem o Bar do Tininho , o Bar do Riba, tem o Mercado Tio João da simpática Fátima (ex. proprietária),mas adiante tem um monte de gente interessante, mas também ta chegando a minha ladeira que tropeçava , caia (caia ñ escorregava as vezes) , agora de frente de casa tem , uma mulher super sinistra , mas também tem a familia da dona Elsa, a salvadora dos animais do pedaço, impressionante como os cães deve se comunicar telepaticamente porque sempre tem um o outro precisando dos seus serviços e ela acolhe com carinho e respeito aos animais, seus filhos Rita e Acácio nos conhecemos deste de criança praticamente nascemos juntos, tem uma "lenda" na rua que o Acácio no auge da sua infância arteira junto com o Ivan do Sr. Aniba, com Isabel e Móises filhos da dona Fernanda portuguesa tentaram afogar a Elisa no tanque , uma espécie de imaginação de filme de investigação, a Elisa era a bandida e eles os policiais então ela tinha que falar e pra ela falar eles afogavam a cabeça dela na água, e ela gritava e eles santinhos riam... Quem poderia imaginar que desses , a Bel é Promotora e Educadora, o Móises é Fisioterapeuta, o Guinho é comerciante e tem uma rádio que depois falo mais, o Ivan já tem seus 40 e poucos anos, e a Elisa conseguiu sobreviver a esses amigos-irmãos, ela viveu, ela viveu....

terça-feira, 23 de setembro de 2008

PONTE RASA -NINFAS DO SAMBA

Um dia aparece uma louca-loura na aula de cavaquinho da Elisa, centrada e extremamente objetiva: "Sr. Luciano, quero montar um Grupo Feminino de Samba e quero aprender a tocar banjo o Sr. conhece alguém que toque cavaquinho???" ( Luciano, já tinha indicado a Elisa pra tocar no Fora de Sere(ou série), até o meu conhecimento o 1º Gr. Feminino de Samba de SP, ela foi gentilmente dispensada , pois as meninas em 88/89 já eram conhecidas, já estavam tocando na noite e precisavam de um cavaquista que já tocasse, alguém "Profissional" como ela não era, lima nela, rrrsss.... (mas como o futuro só a Deus pertence, outro capítulo depois escrevo). E assim o Luciano, indicou a Elisa pra ir ao ensaio das meninas.
Ponte Rasa, dr. Gabriel , lá encontrou A Meire (a louca-loura)- Banjo, a Simone (Repique de mão) , Audiceia (Pandeiro), a Elisa foi aceita logo de cara por afinidade , faltava um tantan e logo em seguida chegou a Vanessa (dias depois) , todas com 18, 15, 20 anos , todas iniciantes . O nome quem deu foi um Pai de Santo( "Ninfhas (meninas, moças das águas) do Samba "(Moças do Samba) se meu conhecimento o Fora de Série era 0 1º as Ninfas viria a ser o 2ºGr. de Samba Feminino de SP) ), coisa típica de grupos iniciante (se não todos a maioria vai no pai de santo), e ensaiavam e ensaiavam , na Ponte Rasa desse tempo existia um grupo excelente formado por meninos do bairro e tinha também muitos bons músicos que auxiliavam o desenvolvimento das Ninfas dando aula mesmo, Xande do Pandeiro, Kalil , Coxinha, Marcelo, Daio,Zóio, Elias , entre outros... e assim as meninas eram querida por todos eles. Depois de algum tempo conseguiram marcar uma canja no Amigo's Bar um bar da época que tinha como músicos o Grupo RG Samba ,do Nailsom e amigos.
No dia da apresentação, meu pai acidentalmente levou um tiro e tudo foi cancelado e dalí criou-se um elo de amizade com a familia da Meire que existi até hoje.
Assim , os meses foi passando e a juventude das meninas ocasionou mudanças de prioridade, e aí já não era mais samba , nem música, era amor, namoro, estudo e as Ninfas do Samba da Ponte Rasa , já não era mais de lá, de lá só ficaram as ótimas lembranças , as amizades e a Vanessa, por que foi a única que seguiu com a Elisa , rumo ao nosso Bairro Jardim Nordeste.

Minha irmã, meu inicio




Não é segredo pra ninguém a afinidade, a amizade e o amor que sentimos. A Elisa veio ao planeta alguns anos antes de mim, mas garanto que ela só começou a viver quando eu nasci, sei, não por convencimento, mais por afinidade pois assim o faria , se antes tivesse vindo também.
Em 88 , de presente de aniversário tinha que escolher entre a carta de motorista ou um cavaquinho. Sua escolha acabou influênciando em nosso futuro e nos unindo ainda mais, mesmo contra seu gosto (ela não queria que eu começasse a tocar , eu estava só com 9 anos) ,; Aí ela começou a fazer aula com o grande Mestre Luciano (quem não o conhece?) nessa época ela andava com o cabelo todo arrepiado ele pensou: "Será que vai virar, pra essa rockeira???" e eu como irmã caçula , lá ia acompanhá-la e entre um acorde e outro ouvia com atenção , pra mim se não fosse a distância que as vezes íamos a pé era extremamente prazeroso, inconscientemente comecei a desenvolver o ouvido , a sacar as diferenças de sons fino e grosso, rrrsss. E em casa ela tinha que tirar as músicas estudar a lição e quem cantava pra ela era eu; olha que engraçado fomos apreendendo juntas ela a tocar e eu a entrar no tom pelo menos.
E cantavámos, Papai Vadiou, e cantavámos Papai Vadiou e por fim Cantavámos PAPAI VADIOU, detalhe em Dó Maior.

Meu Primeiro Empresário

Depois dessa importante fase da minha vida passei a frenquentar as Escolas apenas pra tocar nas festas, nos shows que existiam pré-carnaval; acredito que tirando a Passos de Ouro, a escola em que mais tocamos (eu e minha irmã) foi a Unidos do Peruche ,neste período existia um grande empresário (João Lee)que trazia todo mundo do Rio pra São Paulo e felismente/infelismente era também o nosso empresário, então acontecia de encontramos quase que diariamente com nossos "idolos" (Jovelina, Dona Ivone, Jorge Aragão,Almir Guineto Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Mauro diniz, entre outros...), aprender ,trocar figurinho com nosso colegas de trabalho do Gr. Sampagode, Arte final, Algo Mais, Faeti, Eliana de Lima e Banda , nossa muita gente boa da época., era final dos anos 89/90,92 então a minha pré-adolescencia era acompanhar ou estar com alguns desses bambas , abrindo ou fechando apresentações com o nosso Grupo Ninfas do Samba, fazendo pedagio da Band com a Gledy Xavier, andar de rádio-taxi, nas folgas ir no Botiquim do Camisa , onde tinha Sensação, tinha coxinha recheada de frango , e a noite: tocar, viajar para tocar e sonhar acordada a cada luz ,a cada brilho da cidade ou a cada raiar de um novo dia, eu só tinha 11 ou 12 anos pra mim tudo aquilo era um sonho lindo, de luz, de sons, de gente bonita, de um monte de X-salada e refrigerante à vontade. Mas até pra sonhar você precisa de tempo e um dinheirinho no bolso; nosso "João Lee", levou nosso tempo, nosso dinheiro e nossas diversas fotos de registro de presentações, mas também deixou experiência, ensinamento e vontade de não sair mais da noite. Obrigada, e que Deus o tenha em bom lugar, ele já não está mais aqui.
Porém depois dessa fase e antes dela aconteceram tantas coisas....

O Samba versos Infância

Anteriormente fiz uma breve apresentação sobre a minha infância, minha familia, mas no inicio de tudo meus visinhos tiveram uma participação fundamental na minha formação como sambista. Colado a minha casa, existia uma familia tradicional de samba , que via no carnaval a fonte de energia para o resto do ano, a Dona Nair era a matriarca da familia , era da Ala das baianas da Nene da Vila Matilde, e junto com ela tinha seu filho Lázaro que na época era responsável por uma Ala na Nêne , hoje os dois já não pertence ao nosso mundo. mas agora os citando ,consigo visualizar a alegria que era a minha rua no mês de fevereiro, nossa familia ajudava a decorar as fantasias , que pacientemente eram coladas uma a uma, a minha por ser criança quem fazia era meu pai; Havia de verdade um espirito bom que contagiava todos aí a Dona Lazinha e o Sr. Antonio , junto com Alice faziam a caipirinha (que eu experimentava só molhando o bico, como diz meu pai) o som era inevitavelmente de Partido em 5 e todos os outros partideiros e é claro o vinil das Escolas de Samba; as vezes os Sr. Valderlei fica bravo com a bagunça ´, aí a Dona Nair batia boca com todo mundo, o Carlos se envolvia, ficava aquela confusão mais rendia e depois ficava tudo de bom; assim, também era nos anos de COPA pra enfeitar a rua era a mesma coisa, com a chegada do Bira da Alice minha mãe ganhou um ótimo aliado pra organização, mas estamos falando de carnaval e assim, durante 3 anos seguia-mos o grande ritual da festa: a folia, o desfile na vila Esperança (tradição), a emoção da cirene disparando anunciando que a Av.Tiradentes era nossa, aquela confusão dos organizadores de ala gritando, pulando, chorando e rindo era de fato uma mistura de sentimentos, e eu ali criança tinha uns 5,6 anos de idade achava tudo cansativo, mas gratificante e pra mim inocente, minha mãe e meus irmãos radiantes, a 4º feira de Cinzas, a Apuração ... enfim, Aquele ambiente me pertencia.
Houve um ano , que fizemos um excelente carnaval e a Nene fora convidada pra desfilar no Rio, pra nós de casa uma alegria,mas infelismente naquele carnaval minha avó por parte de pai disse adeus á familia, e em respeito aos nossos prícipios de familia,de amor em solidariedade a meu pai, não fomos e sem motivo, por ironia do destino nunca mais desfilei no carnaval ,quem sabe esse ano?....

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

A Arte na Minha Vida

Minha relação com a música começou deste criança, sou filha de uma grande mãe nordestina com descendentes de italianos e de um paisão paulista com descendência alagoana e árabe. Não poderia sair com personalidade mais marcante e "dificil", então minha mãe é daquele tipo que me colocava pra dançar na escola, me fantasiava , etc... e eu como canceriana que sou, com uma mente aflorecida na minha imaginação , cantava na lage da minha casa , imaginando que a favela que no meu bairro naquele tempo existia era o Maracanãzinho (tinha visto um video da Clara Nunes, na época cantando lá...) e ficava horas e horas eu de um lado e minha amiga visinha Rita do outro. E assim tinha prazer e liberdade de expressão , foi uma época maravilhosa.
Antes disso, meus pais contam que me levaram a uma festa Folclorica e logo de cara me indentifique com o Boi Bumbá , com os batuques, com as candigas , talvez isso justifique no futuro minha véia ritmica que fez tornar-me percussionista. Mas, também houve um tempo em que fazia couvert da Gretchen , afinal sou de 77 e ela para mim, era o que Carla Perez foi para as meninas nos anos 90 uma pena ter esses momentos registrados apenas em minha memória.
Mais em 1990 , todos os meus dotes musicais começaram a pulsar fortemente em meu coração e ainda criança conheci a noite paulistana.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Meu aniversário







Este ano resolvi fazer algo de diferente das agitadas festas que geralmente acontecem nos lugares que frequento. Resolvi oferecer um jantar as pessoas mais próxima da minha vida e tive oportunidade de receber em minha casa ,meu velhos amigos de vários anos , junto com minhas novas amizades que ganhei em 2008 .
Quero agradecer á tdos que compareceram mais um ano, aqueles que vieram pela primeira vez, a minha familia e ao meu amor.
Obrigada, pela festa ,pela compreensão e pelo o amor que dedicam a mim.